Para realmente entender algo no trabalho, seja observador.
Quanto tempo do dia você dedica a identificar Desperdícios nos processos?
Trabalhamos muito ao longo do dia, chegamos ao final do dia cansados, com a “cabeça cheia”, com a sensação de termos movido uma montanha ou de a carregarmos em nossas costas, mas as questões chave são:
– Quanto deste trabalho agregou valor ao negócio?
– Qual parcela deste trabalho contribuiu para que ela alcançasse seus objetivos?
– Para que ela fosse mais competitiva?
– Para que os Clientes fossem melhor atendidos?
Para aplicarmos o circulo de Ohno, seguimos algumas etapas, com seus respectivos tempos sugeridos:
– Pegue um caderno, ou uma folha presa em uma prancheta, pegue também um lápis,
– Escolha uma área de sua empresa para que você a observe por pelo menos 40 minutos. Escolha um local seguro, onde você fique um pouco mais afastado da área a ser analisada (de forma que você possa ter uma visão mais ampla do que ocorre),
– Fique em pé ali e anote tudo aquilo que lhe chamar a atenção.
Normalmente nos primeiros 15 a 20 minutos não enxergamos muita “coisa”, mas a partir deste tempo as “coisas” começam a aparecer e você começará a se perguntar porque isto está sendo feito…, porque aquilo não está sendo feito…, porque ninguém olhou…, porque…, porque…
Após este tempo você verá que muita coisa acontece na área e você não tinha percebido, acontece muita coisa boa, mas também acontece muita coisa que não deveria estar sendo feita ou que poderia ser feita de outra forma. Ao fazer esta atividade devemos tomar um cuidado para não acharmos que como as pessoas da área não viram os desperdícios elas não sejam profissionais competentes, o que ocorre é que nosso cérebro entra uma espécie de “piloto automático” ou mais profundamente falando ocorre um fenômeno chamado de “cegueira por desatenção”. Nosso foco no dia a dia realmente está no que realmente é importante?
Ohno dizia que ao contrário de ficar correndo de um lado para outro para manter a área e os processos funcionando (normalmente a qualquer custo), os líderes e gestores deveriam se dedicar a melhorar estes processos, ou seja, deveriam se dedicar a eliminar e a reduzir os desperdícios dos processos.
Descrevendo o problema ou não conformidade utilizando o 5G.
O 5G é uma metodologia essencial cuja ênfase é descobrir a REALIDADE (não inferência) através de observação pessoal direta. Cada “G” representa uma atitude do time de solução de problemas e melhoria contínua.
1) GENBA refere-se ao local real onde as coisas acontecem. O princípio exige que todos os envolvidos, inclusive a gerência, estejam próximos ao problema para entender claramente os detalhes do problema. Atitude: Realizar observações “IN LOCO” do problema ao invés de declarações de técnicos/ operadores.
2) GENBUTSU é a forma como o trabalho realmente acontece. O princípio exige a ação de “tocar” o problema com as próprias mãos (produto, máquina, ferramenta ou qualquer outro objeto envolvido no processo). Atitude: Medir ou analisar a(s) peças(s) com o problema ou não conformidade.
3) GENJITSU checar a realidade que deve ser sentida, os sintomas e seus efeitos sobre o processo de produção. Tudo aquilo que os olhos podem enxergar sem qualquer tipo de preconceito e formação de paradigmas. Atitude: Analisar os registros relativos as peças com problema ou não conformidade. Analisar histórico para descobrir: O Que mudou? Quem mudou? Quando mudou? Por que mudou?
4) GENRI refere-se a utilização da teoria geral e dos princípios científicos para a resolução dos problemas e melhorias do processo. Atitude: Consultar os documentos que definem o padrão técnico relativos a peça (desenho, especificações, planos de controle, planos de inspeção, instruções de trabalho, folhas de processo, etc).
5) GENSOKU refere-se a utilização das normas e procedimentos para a resolução dos problemas e melhorias do processo. Atitude: Verificar se o padrão técnico relativo a peça foi seguindo durante sua produção.
Fonte: Edson Miranda da Silva – Gestor da Qualidade, Produtividade e Sustentabilidade.
Conheça a 1ª parte desse material: https://www.agpr5.com/blog-agpr/gemba-e-o-circulo-de-ohno/